Eloiza Marinho
O fato é que seus feitos, de tão criativos e originais, os tornaram célebres. Entretanto, ponho-me a pensar, quantas tentativas tiveram que fazer, quantos erros cometeram, quantos desacertos amargaram, quantas vezes tentaram de novo, até que finalmente alcançassem êxito no seu intento?
Persistência, determinação, coragem, audácia de pensar o (até então) impensado. São qualidades que os aproximam e os lançam, cada um, naquilo que há de mais específico, na sua singularidade, no seu momento histórico, para além do seu próprio tempo, protagonizando história própria e coletiva.
Nós, também, hoje, podemos (e devemos) ser protagonistas da nossa história pessoal (e coletiva). Mas, aonde estão nossos sonhos? Aonde queremos chegar? Que vôos almejamos alcançar? Quais são nossos projetos?
Penso nas crianças que crescem e constroem-se adolescentes, jovens e depois adultos sem sonhos, sem projetos, sem esperanças. Que tipo de adultos se tornarão? Que histórias farão?
Penso em nós, adultos, educadores, sociedade... Que mundo construimos para que esses adolescentes e jovens não ousem sonhar, não saibam pensar, apenas repitam o pensado, o criado, o já feito por outros? Que heranças, então, estes deixarão para as futuras gerações?
De algum modo, inapelavelmente vamos seguindo caminhos, alçando alguns vôos (de águia ou de galinha, como diz Boff). E se não decidimos para onde ir, vamos certamente seguir os sonhos, caminhos que são de outros. Voaremos baixo, apenas aproveitando o vácuo deixado pelo vôo de alguém. Sobrarão os ares... E os sonhos???