quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
De 25/11 a 10/12/2008
É preciso dizer não a todas as formas de violência!

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: quem a pratica?

Eloiza Marinho


Que absurdo pensar:
A “mão que embala o berço”,
que serve para educar o santo,
é a mesma mão que forma o tirano.
É a partir do colo das mulheres
que o homem vai se formando.

Nos joelhos de uma mulher,
João Paulo II e Hitler orientaram suas vidas.
Os seios de uma mulher
amamentaram Gandhi, como também
os generais das ditaduras.
O colo de uma mulher
embalou o poeta e também o assassino.

Ah, mulher!
Tens o poder quase divino
De formar gerações bem sucedidas ou não.

Mas cuidado!
Quando acorrentas o homem/menino
numa redoma protetora de cuidados extremos,
que não pode ser contrariado,
que não sabe ouvir não,
que precisa ser reverenciado como o “reizinho mandão”...
Te anulas!
Anulas o outro.
Tira do próprio homem a condição de ser humano.

Tanto quanto a falta, o excesso de amor é desastroso:
mata, atrofia, mutila a vida.

Crias um monstro
quando te tornas passiva;
quando te omites frente às atitudes reprováveis do teu filho, do companheiro, do irmão...
por medo de errar, de perder o que na verdade não tem.

Torna-te cúmplice,
quando preferes não ouvir,
não ver o que todos sabem, percebem:
escola, vizinhos, família, igreja,
às vezes até a lei.

Mulher, fizeste o monstro que reage com fúria
sobre quem e o que contraria seus desejos egoístas.
Sem noção de limites,
Sem poder ouvir não,
Acha que tudo pode, é o senhor absoluto, superior a todos,
merecedor, acima de tudo.
Acima do bem e do mal.

O outro?
Aí está um vocábulo que desconhece.
O outro?
Para ele não existe. A não ser que esteja a serviço dos seus interesses.

Um dia torna-te vítima
do agressor que tu mesma construiste, mulher,
nas pequenas atitudes, nos pequenos gestos,
nas palavras ditas ou não,
no silêncio que consente.

Olha pra ti, mulher!
Reconstrói tua história,
tua dignidade, tua identidade,
a liberdade de ser pessoa!
Toma posse, criticamente, dessa missão de educar,
de formar homens e mulheres novos.

Imagens: google.com

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

GRAÇAS, PAI!

Eloiza Marinho Graças, Pai!
Pela vida que há em mim, fruto do teu amor.
Pela fé, aprendida na construção da minha história.
Pela esperança conquistada na luta cotidiana.

Graças, Pai!
Pela tua fidelidade, apesar das minhas fraquezas.
Pelo aconchego naquela hora mais apropriada!
Pelo teu amor desconcertante que me invade; eu, um ser tão limitado.

Graças, Pai!
Pela presença surpreendente, quando tudo parece solidão!
Pela luz que aponta o rumo certo, quando tudo parece trevas.
Pelo amor que vai me envolvendo e, silenciosamente cercando, convida a seguir-te.

Graças, Pai!
Pelo irmão que colocaste ao meu lado e que, com seu jeito de ser, me dá oportunidade de exercitar o amor fraterno.
Pelo desconhecido que, batendo à minha porta, ora precisa de ajuda, ora vem oferecer-me o bálsamo que alivia minhas dores!

Graças, Pai!
Por revelar-se gratuitamente!
Por revelar-me intensamente!

Graças, Pai!
Pelo zelo, pelo cuidado que há em mim.
Por me deixar encontrar-te.
E fazer-te meu melhor amigo.

Obrigada por conversar comigo!
Por ouvir os meus pedidos
E vir agradecer comigo.
Obrigada meu Pai!


Imagem:www.martinholutero.com.br/culto_acao_gracas.htm

FÉ: ABANDONO EM DEUS

Hoje, finalizando meu dia de trabalho, cheguei em casa, ao cair da tarde, pensando em como poderia compartilhar contigo uma experiência de abandono em Deus, quando se precisa passar por uma experiência incrivelmente forte, que abala as estruturas da gente!

O medo não é falta de fé! É apenas a humanidade que há em nós, manifestando-se! Portanto, não tenha receio de chorar quando as lágrimas, teimosas, brincam nos olhos aflitos e, desobedientes, transbordam, molhando a face como que purificando a dor que agora está ali na alma.

E Deus nos amou nessa humanidade limitada que somos! E Deus viveu a fragilidade do Humano em Jesus Cristo. Experimentou a solidão do calvário, abandonando-se no Amor que é o próprio Deus.

O medo paralisa, aprisiona! A fé, não! A fé impulsiona, joga-nos nos braços de Deus! Por isso não podemos nos permitir, na dor, viver apenas o medo. É preciso ir além!

Então, sedenta por encontrar uma mensagem na Internet que pudesse levar um pouco de força e alento para você nesse momento, deparei (não sei como) com videos de pessoas que se diziam atéias.

Comecei a olhar um, achei bobagem demais, interrompi. Porém chamou-me atenção outro, em particular: era uma entrevista com Dr. Drauzio Varela (aquele do Fantástico) a quem tenho uma grande admiração. Aliás, continuo achando-o um homem extraordinário, apesar do enfoque materialista que pode pautar sua vida. Antes de terminar o pequeno depoimento, enquanto pensava no trabalho que algumas pessoas estão tendo para tirar Deus da história, fui chamada na porta de minha casa. E pasme!

Um homem que eu nunca vira, com um sorriso no rosto, confirmou quem eu era e devolveu-me, na porta de casa, minha carteira com tudo o que havia nela: documentos, cartões, talão de cheques, essas coisas do dia-a-dia, além do meu pequeno Santo Antonio (que mora em minha carteira, junto com um cartãozinho de Nossa Senhora das Graças) e das orações que minha mãe faz questão que andemos com elas. Eu havia perdido essa carteira 24 horas atrás. Você chama isso de coincidência, acaso? Eu não! Não acredito nessas possibilidades!

Isso acaba de acontecer comigo! Não porque eu mereço, mas porque a Misericórdia de Deus é infinita!

Ontem aprendi a rezar o Terço da Divina Providência. "Mãe da Divina Providência, Providenciai! Deus provê, Deus proverá, sua misericórdia não faltará!" Essa foi minha oração ao meio dia de hoje! Como também acredto no poder das mães de amenizarem as dores dos filhos, recomendei, particularmente a Maria, a mãe de Jesus, que intercedesse ao Filho e me ajudasse nessa aflição!

Conto-te essas coisas, pois creio na Providência Divina! Nada acontece por acaso! Você passará pela estrada que terás que percorrer, mas não o farás sozinho/a! Enquanto preparas teu corpo (mente e espirito) para enfretares os desafios que só tu sabes quais são, Deus providenciará tudo o que precisares! Confie! E seja feita a Sua vontade!

Mergulhe no amor misericordioso de Deus e faça de cada experiência de sua vida um encontro de fé com Aquele que sabemos, ama com amor verdadeiro.

Eu não acredito em acaso nem em coincidência.
Eu creio na Divina Providência!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

HUMANAMENTE EU!

Eloiza Marinho
Sou humana,
Mas, às vezes, sinto-me um ser quase angelical na vida das pessoas.
Esqueço que sou limitada e frágil como todo mundo.

Sou humana,
Mas, às vezes, penso como se fosse uma “supermulher”,
Que tudo posso resolver.

Sou humana,
Mas, às vezes, faço-me forte demais,
Só para conseguir enfrentar as contrariedades e exigências, desafios da vida.

Sou humana,
Mas, às vezes, quero ser pelo outro,
Fazer pelo outro,
Pensar pelo outro.

Que audácia!
Onipotente, onipresente...
Uma semideusa?!

A realidade é implacável!
Ela me traz de volta para o que de fato sou: Mulher-humana,
Aprendiz da humanidade em Cristo!

Choro e sorrio,
Odeio e amo,
Brigo e perdôo (me perdôo),
Falo e ouço.
Erro, procurando acertar,
Como todo mundo.

Hoje, estou cansada demais!
Humanamente sem palavras!
Humanamente, eu!
Desnudada do que sou,
Fraca, arrogante, pequena...
Desnudada do que penso que sou!
Desnudada do que pensam que sou!


Humanamente, eu!
Sem máscaras,
Sem títulos,
Sem “saltos”!
Simplesmente, eu,
Aprendendo, com o outro, a ser.

Humanamente, Eu!
Com qualidades e defeitos,
Com virtudes e pecados,
Nem divina nem profana!
Apenas eu,
Compartilhando a beleza de ser humana!
Desafiando-me, cada dia, a ser um “Eu melhorado”!
Imagens da internet: google

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AINDA É TEMPO DE CUIDAR DA VIDA

Eloiza Marinho

Você é contra ou a favor do aborto?

Mas nós todos os dias abortamos...
Quando tiramos da criança o direito de ter uma escola que ensine e que ela aprenda.
Quando, por nossas atitudes, desanimamos os jovens, roubando-lhes a esperança, os sonhos.
Quando mantemos o adulto acorrentado aos grilhões do analfabetismo, do subemprego, do desemprego.

Todos os dias abortamos...
Quando nos omitimos diante das crianças que vivem nas ruas e praças das nossas cidades.
Quando calamos adolescentes e jovens, cerceando suas falas, seu modo de expressar idéias, pensamentos, a vida.
Quando colocamos nos ombros dos nossos idosos responsabilidades que já não mais deveriam ser suas.
Quando, aprisionados pela violência dos nossos dias, fechamos os olhos para os excluídos que nos interpelam.

Abortamos a cada dia...
...crianças, adolescentes e jovens, tornando-os alvos principais de toda forma de exploração: consumista, sexual, trabalho, drogas (lícitas ou não)... colocando-os em situação de risco social ou alienados da vida.
Quando não assumimos, responsavelmente, nosso papel social na realidade onde estamos inseridos.
Quando optamos por atitudes pouco éticas em nosso cotidiano, justificando os meios pelos fins.
Quando calamos frente às pequenas (e grandes) injustiças que começam ao nosso redor.

Todos os dias abortamos...
...o futuro, quando não nos comprometemos em cuidar do presente, esquecemos o passado e a historicidade que compõe a nossa identidade.
...a fé, quando nos esquecemos de viver uma espiritualidade que, nos (re)ligando ao Eterno, nos leva ao irmão e à sua realidade.
...a esperança, quando perdemos os sonhos, as utopias que movem a vida e nos impulsionam a um desejo ardente de transformação pessoal e coletiva.
...o amor, quando não nos permitimos perdoar nem expressar gestos de ternura e afeto.

Então, você é contra ou a favor do aborto?
O modo como vivemos, nossas práticas cotidianas,
Revelam, inevitavelmente, a opção que fazemos.