quinta-feira, 27 de novembro de 2008
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: quem a pratica?
Que absurdo pensar:
A “mão que embala o berço”,
que serve para educar o santo,
é a mesma mão que forma o tirano.
É a partir do colo das mulheres
que o homem vai se formando.
Nos joelhos de uma mulher,
João Paulo II e Hitler orientaram suas vidas.
Os seios de uma mulher
amamentaram Gandhi, como também
os generais das ditaduras.
O colo de uma mulher
embalou o poeta e também o assassino.
Ah, mulher!
Tens o poder quase divino
De formar gerações bem sucedidas ou não.
Mas cuidado!
Quando acorrentas o homem/menino
numa redoma protetora de cuidados extremos,
que não pode ser contrariado,
que não sabe ouvir não,
que precisa ser reverenciado como o “reizinho mandão”...
Te anulas!
Anulas o outro.
Tira do próprio homem a condição de ser humano.
Tanto quanto a falta, o excesso de amor é desastroso:
mata, atrofia, mutila a vida.
Crias um monstro
quando te tornas passiva;
quando te omites frente às atitudes reprováveis do teu filho, do companheiro, do irmão...
por medo de errar, de perder o que na verdade não tem.
Torna-te cúmplice,
quando preferes não ouvir,
não ver o que todos sabem, percebem:
escola, vizinhos, família, igreja,
às vezes até a lei.
Mulher, fizeste o monstro que reage com fúria
sobre quem e o que contraria seus desejos egoístas.
Sem noção de limites,
Sem poder ouvir não,
Acha que tudo pode, é o senhor absoluto, superior a todos,
merecedor, acima de tudo.
Acima do bem e do mal.
O outro?
Aí está um vocábulo que desconhece.
O outro?
Para ele não existe. A não ser que esteja a serviço dos seus interesses.
Um dia torna-te vítima
do agressor que tu mesma construiste, mulher,
nas pequenas atitudes, nos pequenos gestos,
nas palavras ditas ou não,
no silêncio que consente.
Olha pra ti, mulher!
Reconstrói tua história,
tua dignidade, tua identidade,
a liberdade de ser pessoa!
Toma posse, criticamente, dessa missão de educar,
de formar homens e mulheres novos.
Imagens: google.com
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
GRAÇAS, PAI!
Pela vida que há em mim, fruto do teu amor.
Pela fé, aprendida na construção da minha história.
Pela esperança conquistada na luta cotidiana.
Graças, Pai!
Pela tua fidelidade, apesar das minhas fraquezas.
Pelo aconchego naquela hora mais apropriada!
Pelo teu amor desconcertante que me invade; eu, um ser tão limitado.
Graças, Pai!
Pela presença surpreendente, quando tudo parece solidão!
Pela luz que aponta o rumo certo, quando tudo parece trevas.
Pelo amor que vai me envolvendo e, silenciosamente cercando, convida a seguir-te.
Graças, Pai!
Pelo irmão que colocaste ao meu lado e que, com seu jeito de ser, me dá oportunidade de exercitar o amor fraterno.
Pelo desconhecido que, batendo à minha porta, ora precisa de ajuda, ora vem oferecer-me o bálsamo que alivia minhas dores!
Graças, Pai!
Por revelar-se gratuitamente!
Por revelar-me intensamente!
Graças, Pai!
Pelo zelo, pelo cuidado que há em mim.
Por me deixar encontrar-te.
E fazer-te meu melhor amigo.
Obrigada por conversar comigo!
Por ouvir os meus pedidos
E vir agradecer comigo.
Obrigada meu Pai!
Imagem:www.martinholutero.com.br/culto_acao_gracas.htm
FÉ: ABANDONO EM DEUS
Eu creio na Divina Providência!
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
HUMANAMENTE EU!
Sou humana,
Mas, às vezes, sinto-me um ser quase angelical na vida das pessoas.
Esqueço que sou limitada e frágil como todo mundo.
Sou humana,
Mas, às vezes, penso como se fosse uma “supermulher”,
Que tudo posso resolver.
Sou humana,
Mas, às vezes, faço-me forte demais,
Só para conseguir enfrentar as contrariedades e exigências, desafios da vida.
Sou humana,
Mas, às vezes, quero ser pelo outro,
Fazer pelo outro,
Pensar pelo outro.
Que audácia!
Onipotente, onipresente...
Uma semideusa?!
A realidade é implacável!
Ela me traz de volta para o que de fato sou: Mulher-humana,
Aprendiz da humanidade em Cristo!
Odeio e amo,
Brigo e perdôo (me perdôo),
Falo e ouço.
Erro, procurando acertar,
Como todo mundo.
Humanamente sem palavras!
Humanamente, eu!
Desnudada do que sou,
Fraca, arrogante, pequena...
Desnudada do que penso que sou!
Desnudada do que pensam que sou!
Sem máscaras,
Sem títulos,
Sem “saltos”!
Simplesmente, eu,
Aprendendo, com o outro, a ser.
Humanamente, Eu!
Com qualidades e defeitos,
Com virtudes e pecados,
Nem divina nem profana!
Apenas eu,
Compartilhando a beleza de ser humana!
Desafiando-me, cada dia, a ser um “Eu melhorado”!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
AINDA É TEMPO DE CUIDAR DA VIDA
Mas nós todos os dias abortamos...
Quando tiramos da criança o direito de ter uma escola que ensine e que ela aprenda.
Quando, por nossas atitudes, desanimamos os jovens, roubando-lhes a esperança, os sonhos.
Quando mantemos o adulto acorrentado aos grilhões do analfabetismo, do subemprego, do desemprego.
Todos os dias abortamos...
Quando nos omitimos diante das crianças que vivem nas ruas e praças das nossas cidades.
Quando calamos adolescentes e jovens, cerceando suas falas, seu modo de expressar idéias, pensamentos, a vida.
Quando colocamos nos ombros dos nossos idosos responsabilidades que já não mais deveriam ser suas.
Quando, aprisionados pela violência dos nossos dias, fechamos os olhos para os excluídos que nos interpelam.
Abortamos a cada dia...
...crianças, adolescentes e jovens, tornando-os alvos principais de toda forma de exploração: consumista, sexual, trabalho, drogas (lícitas ou não)... colocando-os em situação de risco social ou alienados da vida.
Quando não assumimos, responsavelmente, nosso papel social na realidade onde estamos inseridos.
Quando optamos por atitudes pouco éticas em nosso cotidiano, justificando os meios pelos fins.
Quando calamos frente às pequenas (e grandes) injustiças que começam ao nosso redor.
Todos os dias abortamos...
...o futuro, quando não nos comprometemos em cuidar do presente, esquecemos o passado e a historicidade que compõe a nossa identidade.
...a fé, quando nos esquecemos de viver uma espiritualidade que, nos (re)ligando ao Eterno, nos leva ao irmão e à sua realidade.
...a esperança, quando perdemos os sonhos, as utopias que movem a vida e nos impulsionam a um desejo ardente de transformação pessoal e coletiva.
...o amor, quando não nos permitimos perdoar nem expressar gestos de ternura e afeto.
Então, você é contra ou a favor do aborto?
O modo como vivemos, nossas práticas cotidianas,
Revelam, inevitavelmente, a opção que fazemos.