sábado, 20 de setembro de 2008

E SE EU NÃO FOSSE PROFESSORA?

Eloiza Marinho


Às vezes, pego-me a pensar:
“E se eu não fosse professora...
o que teria a ganhar?”

Possivelmente não teria visto aquele sorriso brejeiro
da criança aprendendo as primeiras letrinhas
e criando mil estórias, contadas e recontadas
com aquele jeitinho faceiro.

Talvez não receberia o recado amoroso
cheio de corações e beijinhos,
daquelas crianças pequenas,
que já sabem muito bem expressar suas emoções.

Não ouviria as contestações,
alternadas pelo humor irreverente,
próprios da fase adolescente.

Perderia do jovem, em seu vigor,
a sede do amanhã,
o desejo de realizar projetos
para um futuro melhor.

Não veria, satisfeita,
o adulto que vem feliz me contar
que já sabe escrever seu nome
e ler a placa do ônibus que precisa “pegar”.

Não encontraria no mundo do trabalho,
Recepcionista, advogado, frentista,
Comerciante, comerciário, doutor,
Dona de casa, bancário, agricultor,
Jornalista, desempregado,
Político ou professor...
Profissional que não tenha em si
O reflexo de um professor/a.

E, então, começo a perceber:
“E se eu não fosse mesmo professora...
O que mais poderia eu ser?”

Se eu não fosse professora...?
Ah! Voltaria correndo à sala de aula
E escolheria muito bem:
Que tal um curso que me fizesse ser
uma melhor educadora?


Imagem: bolordepao.blogspot.com/2008/03/professor-e-j...

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